domingo, 5 de outubro de 2014

Conhecendo o Bruxismo e suas repercussões odontológicas e fonoaudiológicas



O termo bruxismo origina-se do grego brychein, que significa ranger de dentes.  No entanto, de acordo com a classificação internacional de desordens do sono, o bruxismo pode ser dividido em duas categoriais, com características distintas.  O bruxismo noturno ou do sono, é caracterizado como uma desordem do movimento mandibular seja com perfil de moagem, ou mesmo com de apertamento dentário, apresentando um caráter involuntário.   Já o bruxismo diurno, é um distúrbio semi-voluntário onde o apertamento dos maxilares é mais evidente.
Além disso, são feitas também considerações acerca das características do bruxismo.  Neste caso pode-se considerar o bruxismo como cêntrico, que é o ato de aperta os dentes, preservando a oclusão cêntrica.  E o bruxismo excêntrico, onde existe a associação com a movimentação mandibular lateral, fugindo assim do estado de oclusão.   Na Fonoaudiologia, o bruxismo clássico, por apertamento, é chamado de briquismo e o excêntrico de apenas bruxismo.

A prevalência em adultos, deste distúrbio, está em 20% e 8% para o bruxismo diurno e noturno, respectivamente. No entanto, comenta-se na literatura que a incidência do bruxismo é subestimada por questões metodológicas dos estudos, e pelo fato de poucos indivíduos tomarem consciência de portar o hábito.   Nas causas para o bruxismo, fatores ligados ao sistema nervoso central e periférico, além de questões psicossociais são ressaltadas.   Alguns estudos também falam sobre fatores genéticos associados.
São fatores de risco para o bruxismo o uso de álcool, fumo, cafeína em excesso, drogas ilícitas, medicamentos a base de anfetamina, antipsicóticos, entre outros.  Além disso, existe associação entre bruxismo e a síndrome da apnéia e hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS), transtornos neurológicos diversos, a exemplo o parkinsonismo.
Os familiares relatam que a sensação sonora do individuo que range os dentes, principalmente durante a noite, é comparável ao atrito entre granito, podendo ver a dimensão do trauma mecânico dentário, ósseo e articular, neste distúrbio.     Os sintomas principais do paciente são hipersensibilidade dentária, dor na musculatura mastigatória e dor de cabeça.  A literatura científica comenta que a mialgia mastigatória ocorre para proteger a musculatura do bruxismo, pois ela fornece um biofeedback negativo, onde o indivíduo diminui a intensidade do ranger e apertamento dentário, evitando lesões mais intensas.


Como achados odontológicos e fonoaudiológicos, sabe-se que o bruxismo é a principal causa do trauma ao periodonto, além de desgaste dentário acentuado.  Em alguns casos o desate é tão intenso que causa exposição da dentina, levando a hipersensibilidade.
A articulação temporomandibular sobre impactos principalmente verticais, o que pode levar a degeneração do disco articular e, portanto alteração na dinâmica mandibular e dor.   A tensão muscular pode levar a um quadro de trismo, que é a dificuldade no movimento de abertura da mandíbula e no exame palpatório observa-se um padrão de hipertrofia muscular acentuado.
As condições fisiológicas de gênese do bruxismo ainda são pouco estudadas, no entanto sabe-se que possivelmente existe a participação da transmissão da dopamina, noradrenalina e serotonina.  Como isso, surgiram duas hipóteses para defragração dos movimentos orofaciais alterados.  A primeira é a hipótese hipodopaminergica e a segunda a hiperdopaminergica, onde deixarei o link para ao artigo que explica os dois pontos de vista.
No tratamento do Bruxismo utiliza-se, estratégias  comportamentais e sintomatológicas ligadas a fonoaudiologia, estratégias odontológicas, farmacológicas e suas combinações, de acordo com o perfil do portador.

Se quiser saber mais sobre o bruxismo e suas alterações, deixarei abaixo os links para os artigos que tirei as informações acima, além da página da Wikipédia que cita o conteúdo. 

Referências: 

Nenhum comentário:

Postar um comentário