sábado, 24 de outubro de 2015

Aaaaah a mastigação... Vídeo mostra esta função de uma forma diferente.

      É uma das principais funções do sistema estomatognático, e com certeza uma das mais fascinantes. Neste vídeo, apesar dos afastadores causarem uma disfunção adaptativa, é possível observar o complexo mecanismo neuromuscular inerente à mastigação, que resulta numa extrema coordenação de movimentos das estruturas orais.  
       Ele foi desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e está disponível no youtube. Abraços.

Lado de preferência mastigatório e oclusão: Falando um pouco sobre isso...



        Existem ainda muitas dúvidas acerca da relação da oclusão na determinação do lado de preferência mastigatório, no entanto, existe consenso na literatura, que interferências oclusais alteram o padrão mastigatório, principalmente considerando o tempo e a qualidade com que se mastiga.
        Alguns autores mencionam, que o lado onde existe um maior conforto funcional (maior número de contatos oclusais e melhor qualidade destes), seria o escolhido como lado de trabalho. Apesar disso, nem sempre são achadas correlações positivas entre essas variáveis, e de fato é bem mais comum serem encontrados pacientes com alterações oclusais, que com queixas mastigatórias. Possivelmente, isso seja fruto da capacidade adaptativa do sistema neuromuscular aos desequilíbrios dentários, o que torna a análise desses parâmetros bem mais complexa.

Os artigos referência para este post podem ser acessados nos links abaixo, abraços.

Links: 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Irrigação nasal com solução salina. O que se sabe sobre isso?

       O uso de soluções hidroeletrolíticas (salinas), ou mesmo, soro fisiológico,é uma realidade no tratamento adjuvante de doenças de vias aéreas superiores desde o século XIX. No entanto, existem até hoje algumas dúvidas quanto aos resultados de seu uso nesses pacientes.  Está descrito na ciência, que estas soluções favorecem a drenagem de secreções nasais, promovendo uma limpeza na cavidade nasal, da abertura de seios paranasais e nasofaringe. 
       Tal limpeza, tende a restaurar a patência nasal (lúmen nasal desobstruído) e reduzir edemas da mucosa que reveste essa cavidade.    Esse recurso terapêutico, pode então ser utilizado como complementar em doenças como rinite, sinusites e em pacientes em pós-operatório de cirurgias nasais, agindo na redução de mediadores inflamatórios (histaminas, prostaglandinas D2, Interleucinas) na secreção nasal.
       Vários estudos foram realizados, afim de demonstrar resultados do uso das soluções na cavidade nasal, em doenças respiratórias. Algumas autores demonstraram que os benefícios superam suas desvantagens, pelo fato de a maioria dos pacientes terem bons resultados na aplicação do soro. É importante destacar, que a controversa do uso dessas soluções está relacionada principalmente a osmolaridade.
       A solução mais comumente indicada é a de 0,9% de NacL, e enquanto alguns autores cometam ser esta a mais fisiológica para uso no nariz, outros estudos demonstraram que essa composição, hipotônica, considerando a osmolaridade do muco nasal, apesar de favorecer a limpeza  nasal, pode ter um  potencial deletério no epitélio respiratório, como a proliferação glandular intraepitelial e redução do batimento ciliar (que move o muco em direção a nasofaringe).  Esses mesmos estudos demonstraram que soluções hipertônicas (Ex:. 1,2% de NacL) teriam melhores resultados, não apresentando esses efeitos indesejáveis.
       Na Fonoaudiologia, a solução mais utilizada é a de 0,9% de NaCl, na qual foram vistos bons resultados clínicos, como adjuvante no restabelecimento do modo respiratório nasal*, além de resultados positivos por meio do registro da aeração nasal com espelho de altmann, quando associado a massagens nasais. Lembrando que, seu uso é sempre associado a outras estratégias de promover o uso funcional do nariz.
      Diante disso, vemos a necessidade de outros estudos que melhorem a compreensão acerca do uso desses recursos na prática clínica fonoaudiológica, principalmente pela carência de pesquisas com o tema em nossa área de atuação.   
        Deixo os artigos que serviram como referência para a construção deste post abaixo.      * O restabelecimento do modo respiratório é afetado por características individuais do paciente.  Abraços.

   
Links: 
         
      
    

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Alguns mitos e verdades sobre a palpação muscular orofacial

    Na prática fonoaudiológica, em especial nas disfunções temporomandibulares, a palpação muscular orofacial é uma aliada crucial no diagnóstico funcional preciso.  No entanto, não é raro encontrar contradições nas possibilidades de palpação muscular, principalmente quando estamos falando da cavidade intraoral. Os conceitos de sensibilidade e especificidade são pouco difundidos na prática clínica, o que por vezes geram confusões. A sensibilidade de um teste ou avaliação, é o nível de o resultado ser positivo para alguma doença ou disfunção, quando realmente o paciente está doente. Já a especificidade, é quando o teste afirma que o paciente não está doente, quando ele de fato não está.     A confusão desses termos geram imprecisão na avaliação através da palpação muscular.
       Considerando a musculatura mastigatória e facial, em músculos como o masseter e o temporal, a palpação muscular é considerada altamente sensível e específica, pois são músculos cobertos por camadas de pele bastante delgadas, facilitando o acesso direto a eles e evitando falso-positivos.   O problema está nos músculos mais encobertos, como é o caso dos pterigóideos medial e lateral.  
         Falando inicialmente do pterióideo medial, pesquisas indicam que só é possível palpá-lo diretamente na sua inserção móvel, localizada na borda ínfero-medial perto do ângulo mandibular (figura 1). Muito diferente do que alguns falam, que é possível ter acesso a esse músculo na região anterior e posterior da rafe pterigomandibular (intraoral), em que boa parte da palpação estará a analisar as fibras musculares do músculo bucinador e constrictor superior da faringe (figura 2).

Figura 1. Pterigóideo medial (inserção móvel)


        Em relação ao pterigóideo lateral, falava-se que  o exame clínico intraoral poderia proporcionar acesso ao feixe inferior desse músculo.  Esse acesso seria através do posicionamento da ponta do dedo na região posterior, superior e medial ao terceiro molar, localizada no vestíbulo oral.  No entanto, foi verificado em estudos, que seria muito difícil esse acesso devido a particularidades anatômicas da região, e seria altamente provável que a palpação estivesse em maior contato com fibras do músculo pterigóideo medial (figura 2).


Figura 2. Região intraoral (rafe pterigomandibular acima do 3° molar inferior)
        Esses estudos recentes mostram a importância do estudo crítico e profundo da anatomia  para auxiliar a realização das avaliações práticas fonoaudiológicas.  
        O link do artigo de revisão que baseia este post está anexado abaixo. Bons estudos.  ahhh as imagens são retirados do atlas virtual FRANK NETTER, se estiver interessado nele, tem uma postagem anterior que ensina como baixá-lo e instalá-lo.